quinta-feira, 9 de maio de 2013

Conhecendo a Villa Francioni!

Fim de semana passado subimos a serra (Urubici e São Joaquim), eu e Alê mais um casal de amigos. Por incrível que pareça, já fui na Serra Gaúcha mais de três vezes e a nossa... nada!

A programação do fim de semana, recheada de delícias, que logo, logo renderão posts apetitosos aqui no blog, teve como um dos melhores momentos a visita aos vinhedos da Villa Francioni, passeio que meus amigos já haviam feito, mas tiveram a "difícil" missão de provar mais vinhos.

Já falamos dessa vinícola neste post aqui, onde degustamos alguns rótulos... agora, fomos conferir de pertinho!

O nome Francioni foi uma homenagem do fundador à sua mãe, que ostenta esse sobrenome. Foi uma maneira que ele achou de presenteá-la e dar continuidade ao sobrenome materno que na maioria das vezes é suprimido dos filhos.

Você passa pelos portões e já começa avistar os pés de uva... é... pés! Jurava que ia encontrar parreiras, aquelas tradicionais, mas não, o que há são pés, que ficam protegidos por uma malha/manta em função dos granitos que comumente caem naquela região.

Vista da saída



Chegando na sede, misto de encantamento e surpresa. Ao mesmo tempo imponente e sereno, que nos remetia a algum cenário de algum bom filme...




Lá de cima avistava-se a imensidão das plantações de uvas, todas já colhidas (terminou a colheita no último final de semana de abril).




Para  fazer a visita há dois horários: 13:30 horas e 15:30 ou 16:30 horas (estou na dúvida). Essa visita pode ser agendada por telefone, como fizemos, e tem o custo de R$ 30,00, que inclui um tour com guia pela vinícola  além da degustação de cinco rótulos. Este valor é revertido para a compra de produtos após a degustação.

O sonho "Villa Francioni" nasceu da ideia de seu fundador, Seu Dilor, que procurava um local para passar o resto dos seus dias de vida descansando, após anos e anos de tanto trabalho (ele era proprietário da Cecrisa - Cerâmicas).


Aos poucos o seu sonho foi tomando forma, mas infelizmente, no ano de sua inauguração, 2004, seu Dilor faleceu e o seu sonho está sendo orquestrado por sua filha Daniela. Este foi um momento de reflexão para mim e acho que para todos que acompanhavam a "expedição". Saber que temos que trabalhar sim, mas nunca abdicarmos de nossos sonhos e prazeres para a aposentadoria. Nunca sabemos se realmente o nosso tão sonhado descanso irá se concretizar neste plano. 

Amante de obras de arte... lembram da linha "Portinari" que a Cecrisa criou? A Villa Francioni recepciona artistas que querem expor no local, além de já contar com inúmeras obras de arte, como uma porta de ferro e vidro que era de um cassino no Uruguai e uma janela, que lá serve de porta de um templo na Tailândia.





Além dessa paixão, Seu Dilor sempre respeitou e preservou o meio ambiente. Podemos constatar isso nos tijolos utilizados para erguer a vinícola, que foram retirados de estufas de fumo bem como na estrutura da sua construção, respeitando o nivelamento do morro, interferindo, assim, da menor forma possível na feitura do vinho. Você entra pelo local mais alto, e a cada nova fase de preparação você vai descendo até ficar abaixo da terra, onde ficam descansando as barricas de carvalho e as garrafas.

No início do tour, há um livro para assinatura dos visitantes... claro que o Gastronomia e outras folias deixou a sua marca!



Fomos levados até uma sala de projeção, onde nos foi passado um pequeno filme acerca da história e fases da construção da vinícola. A música de fundo fora feita pela Orquestra Sinfônica de Santa Catarina especialmente para este fim. Uma delícia.

Surpresa foi a nossa, quando ao término da sessão, cortinas levantaram e demos de cara com paredes de vidros, que nos davam visão para quase todas as fases de preparo do vinho. Maravilhoso!!

Continuamos o tour e passamos pelas fases do vinho, em tanques, que é feito de aço inoxídável, pois controla/deixa estável a temperatura e esterilização.





Destaco que durante todo o nosso passeio o cheiro já denunciava que estávamos numa vinícola, quanto mais descíamos e ficávamos próximos do produto final, mais o cheiro de vinho tomava corpo.

A parte onde os vinhos descansam nos barris de carvalho, bem como nas garrafas, é a última parte, que fica abaixo do solo (cinco metros do nível do solo), como já mencionei. Toda a estrutura desse último andar fora feita encostadas nas rochas, o que deixa a temperatura naturalmente baixa, ficando por volta de 12º. Aqui, é escuro e nem fotos podem ser batidas com flash.

Corredor que dá acesso às garrafas e aos barris
Algumas curiosidades:

- A cortiça utilizadas são provenientes de Portugal;

- Os únicos vinhos que não passam pelo barril de carvalho é o Sauvignon Blanc e o Rosé;

- O vinho mais complexo fica oito anos em barrica de carvalho (Villa Francioni Licoroso - Carbernet Sauvignon);

- A empresa tem 50 funcionários;

- A barrica de carvalho francês custa, por unidade, 1.200 euros, dura quatro anos, com exceção dos que ficam oito anos;

- A necessidade de ser escuro é tão somente para os barris, não pelas garrafas;

- O vinho mais caro é o Micheli, feita com uvas Sangiovese. Alô Chef Helton!! ;) Fica 36 meses em barril e 36 em garrafa;

- O vinho licoroso, que fica oito anos em barril, tem série numerada e restam somente 300 garrafas!

Agora... vamos para a parte mais gostosa? A degustação!!

O local feito para esse fim é extremamente aconchegante e charmoso. Ao mesmo tempo que utiliza elementos mais broncos, características de móveis da serra, consegue transpor delicadeza.






Degustamos, ao total, cinco rótulos:

1º) Sauvignon Blanc: Leve e refrescante. Foi eleito o melhor branco há dois anos pelo Expovinos;

2º) Villa Francioni Rosé: um dos mais premiados da vinícola. Ele é feito com oito uvas. Foi eleito no anuário nacional de vinhos o melhor, no ano de 2013. Além de ter vencido uma degustação às cegas, elaborada pela Veja, em São Paulo;

3º) Joaquim Carbernet Merlot: Esse é o vinho mais conhecido e um dos meus preferidos também. Foi o primeiro vinho elaborado, fica 10 meses em barril e 1 ano em garrafa. Combina com massas e carnes. Suas melhores safras são de 2006 e 2009.

4º) Villa Francioni Francesco: Leva este nome em homenagem ao avô do Seu Dilor, que veio da Itália. É elaborado com cinco uvas e combina com qualquer tipo de carne. Fica 12 meses no barril e 12 meses em garrafa.

5º) Villa Francioni Tinto: Feito com quatro uvas. Fica 18 meses em barril e 4 anos em garrafa. Melhor safra é a de 2006. Levou o prêmio de melhor tinto do Brasil pela ABS-São Paulo;




Olhinhos brilhando... haha

Obrigada pela parceria!
Pra fechar o post, uma foto com uma mensagem linda escrita na parede da vinícola:



Um dos melhores passeios que já fiz! Vale a pena uma visita!

O passeio dura, ao todo, próximo de uma hora e meia... mas você não sente o tempo passar!  Levamos para casa um Rosé e um Franciscano.


Beijos,


Aline







4 comentários:

  1. Que gostoso! Super no clima que estamos. Poderias registrar aqui também que eles poderiam caprichar um pouquinho mais na degustação, oferecendo diferentes queijos para os clientes. Fica a dica, Villa Francioni!

    Beijocas

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    1. Pri... realmente, os acompanhamentos para a degustação, para aqueles que "provam de verdade", poderia ser melhorada... até mesmo com produtos coloniais da região, né?

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  2. Que legal Aline!! Eu quero muito fazer esse passeio, e agora é a época boa né????
    beijosss
    Helo

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    1. Helo... vá fazer sim, é uma delícia!!

      E como falaste, é a época propícia para isso!

      Beijos

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