Oi pessoas, tudo bem?
Trago com muita felicidade uma visita ao Bar do Arante no Pântano do Sul.
Sabe aquela nostalgia de voltar às origens de comer, verdadeiramente, uma comida manézinha da ilha? Aquele sabor que só a comida dos seus avós e pais têm? Foi exatamente isto que eu encontrei no Bar do Arante: o tempero da minha infância, com direito à limão galego no peixe.
Saímos de São José e rumamos à bucólica praia do Pântano do Sul, extremo sul da Ilha de Santa Catarina onde podemos encontrar, ainda, alguns dos poucos legítimos manés.
Para contar um pouco da história do bar e como foi criada a tradição dos bilhetes, trago para vocês o que está escrito no cardápio. (Donos de restaurantes, por favor, coloquem no cardápio a sua história... adoramos lê-las!)
"Tudo começou em 1958 quando Arante Monteiro e sua esposa Osmarina Maria Monteiro, abriram uma pequena venda para os pescadores. Vendia-se verduras, frutas, ovos, peixes, bebidas, bolachas, fumo de corda e pratos de comida. Era conhecido como a "Bodega do Arante" e se localizava na então "Rua de Cima". Na década de 60 o Bar do Arante se transferiu para a beira da praia, onde hoje se encontra, com o nome de "Pesqueiro Velho". Nesta época mutas pessoas da cidade já andavam por aqui. Eram pescadores ou aventureiros que aqui aportavam e precisavam de comida. Dona Osmarina então, preparava o peixinho frito com pirão. Quando não queriam voltar para a cidade, ou o tempo piorava, muitos dormiam por aqui mesmo. A partir da década de 70, estudantes vindos principalmente de São Paulo e Rio Grande do Sul, passaram a frequentar a praia do Pântano do Sul, para seus acampamentos durante o verão. Afim de avisar os amigos que ainda estivessem por chegar, os estudantes deixavam no bar bilhetes dizendo qual era a sua localização. Bebendo a cachacinha (que sempre foi de graça) observando o vai e vem dos barcos, as gaivotas, as ilhas e ouvindo o barulho das ondas, não há quem não vire poeta. Foi aí que nasceu a mais famosa mania do Bar do Arante, os bilhetes colados nas paredes. Até hoje é assim, depois da primeira cachacinha, todos viram poetas. Já foram contados mais de 70 mil e um livro foi feito sobre o assunto: "Os bilhetes do mundo nas paredes do Arante", de Paulo Alves. Hoje, graças a boa imagem que o Bar conquistou ao longo dos anos, ele é referência nacional e internacional da culinária da ilha e do litoral de Santa Catarina, onde houve a colonização açoriana. Temos muito orgulho de fazer parte da história do nosso lugar e de nossa cidade. Você é bem vindo, portanto, divirta-se, tome uma cachacinha, coma bem, e principalmente, sinta-se em casa."
Assim que nos deparamos com o bar já fomos "recebidos" por um pescador e seus "peixes do dia"... que para mim significa "aqui só tem peixe fresco".
A sensação quando se adentra o salão é de encantamento... aqueles papéis, o vento, o mar... as conversas nas mesas... tudo em uma sintonia perfeita.
vista da nossa mesa
Desde que entramos na casa os garçons foram atenciosos, nada de serviço impecável de um restaurante cinco estrelas, mas sim, pessoas simples orgulhosas de fazerem parte do "projeto" Arante. Sorriso no rosto e muita simpatia é o que se via em TODOS os atendentes.
Por falar em garçom, nem eles escaparam do famoso símbolo do bar, os bilhetes, pois suas camisetas/moletons eram customizados com alguns dos inúmeros recados deixados naquelas paredes.
Eu e o Alê dispensamos o buffet, mas pegamos três bolinhos lá que estavam PERFEITOS... cheinhos de peixe, temperados no ponto e sequinhos.
Uma canoa com temperos decorava a mesa... essa pimenta aí é uma delícia, forte mas gostosa. Nem preciso dizer que foi o nosso acompanhamento para os bolinhos, né?
O cardápio é dividido entre "Pratos da Ilha" e "Pratos Especiais". O "Pratos da Ilha" foi o que mais me chamou a atenção. Como falei inicialmente encontrei no Arante a comida que comia em casa... e nesta parte do cardápio encontramos todos aqueles pratos verdadeiramente típicos de Florianópolis.
Além de gostoso, o cardápio é divertido... dá uma olhada:
A cachaça é "de grátis" sim, mas não provamos (estamos numa fase de moderar a comida... a saúde tá pedindo)
No cardápio também encontramos a história da casa tanto escrito (como acima fiz) como por imagens, com foto dos donos do bar e fotos da sua evolução.
Nosso pedido foi anchova grelhada, acompanhada de salada, pirão de peixe e arroz. Como estava com saudade de comer um peixe grelhado na grelha... aquele sabor que só quando se assa na brasa se consegue obter.
Ao pedirmos esse prato o garçom nos avisou que demoraria 40 minutos, que é o tempo necessário para se assar um peixe no carvão. Mais um ponto positivo para o atendimento ao nos informar o tempo de espera, que não era pequeno.
Olha, tô achando que muitos garçons e donos de estabelecimentos mais refinados de Floripa deveriam passar uma noite/dia no Arante para aprender a atender seus clientes.
Esta foi a belezinha que chegou na mesa e com limão galego... que acompanhou meus peixes na infância:
Peixei no ponto, macio e molhadinho. E temperado só com sal. AMEI. Comemos inteiro... acompanhado de duas cervejas (que nossa nutricionista não leia esta parte).
A conta fechou em R$ 112,20 (buffet, peixe, duas cervejas e dois sucos naturais de uva)
Ah, não poderia ir embora sem deixar meu bilhetinho, né?
Gostaram?
Beijos,
Bar do Arante
Rua Abelardo Otacílio Gomes, 254 - Pântano do Sul Florianópolis - SC, 88067-100
Arante tem gostinho de infância para mim. Visito o restaurante desde meus 7 aninhos... É uma delícia! O único problema é que geralmente está lotado de gente.
ResponderExcluirBeijão
Pri... lembrou muito minha infância também. Não por sempre ir, mas pelo tempero!
ExcluirTivemos sorte no domingo... chegamos perto da uma e conseguimos uma mesa na janela!
Beijos
amei amei este post! esta sensacional!!! adorei conhecer um pouco desta historia tao marcante!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirOi Isa...
ExcluirO Arante com certeza é um bar que todo turista deveria conhecer...
Beijos